Caros amigos Combatentes,
O Relatório de Actividades e Contas é um documento que descreve as
principais actividades realizadas pelo Núcleo ao longo do ano de 2015, assim
como espelha o movimento de receitas e despesas do Núcleo. O Original deste
documento encontra-se arquivado na Sede do Núcleo, em Torres Vedras.
Estão disponíveis para consulta na Sede, em Torres Vedras e na
Delegação da Lourinhã, não só o Relatório de Actividades relativo a 2015, como
os restantes Relatórios relativos aos anos anteriores. Também podem ser
consultados os mapas de Receitas e Despesas, devidamente conferidos e aprovados
pela Direcção Central da Liga dos Combatentes, arquivados na Sede do Núcleo.
Estimados amigos Combatentes, e digníssimos consócios,
Aproveito esta oportunidade para vos informar que renunciei à
Presidência da Comissão Administrativa do Núcleo de Torres Vedras, em 31 de
Dezembro de 2015, tendo proposto para me substituir o TCor SGE, Manuel de Jesus
Vilhena, que vinha desempenhando as funções de Secretário. Esta minha proposta
foi aceite, por unanimidade, pelos restantes membros da Comissão Administrativa
que gere o Núcleo, que compreenderam as razões que apresentei, pelo que o TCor
Manuel Vilhena passou a desempenhar as funções de Presidente da Comissão
Administrativa do Núlceo, em 1 de janeiro de 2016.
Esta minha atitude não tem que ver com qualquer mal-estar ou desentendimento
na Direcção, apenas entendi que estava na altura de dar lugar a outro e porque
preciso de mais tempo para mim. Sempre entendi e defendi que a mudança é a fonte
da evolução e do progresso.
Também vos quero dizer que, se deixo de ser o Presidente da Comissão
não significa, de maneira alguma que me afasto das actividades do Núcleo. Vou
continuar a dar todo o meu apoio, embora apenas numa função mais restrita de
Vogal da Comissão. Continuo, ainda, a desempenhar as funções de 1º Secretário
da Assembleia-geral da Direcção Central da Liga dos Combatentes.
É meu entendimento que estão criadas as condições para a
sustentabilidade do Núcleo e que, portanto, podemos proceder a mudanças
estruturais na sua Direcção, sem traumas.
Uma organização comporta-se como um objecto com vida, com
relacionamentos endógenos e com o meio onde se insere. Não pode funcionar em
razão de uma pessoa só. Para sobreviver tem que saber mudar, adaptar-se a novos
modelos e realidades e escolher novos caminhos. Caso contrário a organização
não sobrevive.
O Núcleo de Torres Vedras já morreu uma vez, não pode voltar a morrer.
Tem que seguir em frente, até porque criou expectativas nas pessoas e nas
organizações envolventes, que não podem defraudar.
Quando, a 18 de Fevereiro de 2010 (Acta nº 3242/06 de 18/02/2010 da
Direcção Central da Liga dos Combatentes), aceitei a Missão – presidir à
Comissão Administrativa para reactivar o Núcleo da Liga dos Combatentes de
Torres Vedras, encerrado nos anos setenta do século XX, sabia que não iria ser
uma tarefa fácil. Não havia sócios, nem sede para os receber. Não havia espólio
do antigo Núcleo, nem qualquer memória histórica das actividades da Liga dos
Combatentes em Torres Vedras. Não havia, portanto, qualquer elemento local que nos
orientasse.
Graças à colaboração leal, à persistência e à grande capacidade de
trabalho dos restantes camaradas que compunham a Comissão inicial, o TCor Paraquedista,
Miguel Gabriel Machado e o Cap das Bandas e Fanfarras, António Manuel Rodrigues
e de todos os restantes elementos que, mais tarde, vieram reforçar a Comissão
Administrativa, conseguimos cumprir a nossa Missão: Reactivar o Núcleo de
Torres Vedras, ultrapassando obstáculos que pareciam intransponíveis.
Hoje, passados seis anos podemos orgulhar-mo-nos do nosso trabalho. Temos
uma sede, em Torres Vedras e uma Delegação no concelho de Lourinhã. Espaço onde
os antigos combatentes, sócios ou não da Liga dos Combatentes, se podem
dirigir, para conviver ou para apresentar as suas preocupações e solicitações.
Em breve esperamos abrir outra Delegação em Sobral de Monte Agraço, que
com a da Lourinhã constituirão dois embriões de futuros Núcleos da Liga dos
Combatentes.
Conseguimos que muitos antigos combatentes acreditassem em nós e no
nosso projecto. Com essa ajuda progredimos e a Liga dos Combatentes ganhou
visibilidade na Região Oeste, onde praticamente não existia.
Não conseguimos, ainda, atingir todos os objectivos a que nos tinhamos
proposto mas, embora devagar estamos a caminhar no sentido de atingirmos a
auto-sustentabilidade.
Ajudámos muitos antigos combatentes a resolver problemas burocráticos
e a ultrapassar os seus traumas de guerra. Sentimos orgulho no que fazemos. Fazêmo-lo,
como voluntários num acto solidário para com aqueles que, chamados pela Pátria
a cumprir o seu dever de soberania, mesmo com o risco da própria vida, disseram
presente.
Foram muitas as tarefas que conseguimos levar a bom porto. Não as vou
enumerar todas, seria fastidioso.
De todas essas tarefas há uma que não posso deixar de relembrar. A
primeira tarefa que concluímos - a recuperação do Talhão dos Combatentes na
Lourinhã, cujo estado caótico nos envergonhava. Hoje é um espaço digno e pode
ser visitado pelos familiares dos combatentes que ali repousam. Foi, a
conclusão com sucesso desta tarefa, onde contámos com a prestimosa ajuda do Município
de Lourinhã e da Junta de Freguesia e, também, da Direcção Central da Liga dos
Combatentes que muito contribuiu para o nosso reconhecimento.
Também não podemos esquecer o papel da Caixa Geral de Depósitos,
através da sua Agência de Torres Vedras, que nos forneceu todo o equipamento
necessário para equipar a Sede e a delegação na Lourinhã.
Os resultados atingidos pelo nosso Núcleo devem-se a todo um conjunto
de elementos que fazem parte da Direcção do Núcleo, aos sócios, aos seus
familiares, aos parceiros, e a todos aqueles que têm colaborado connosco, quer
como cidadãos individuais, quer como empresas. Sem esquecer, evidentemente, o
papel dos Municipios da nossa área de responsabilidade.
A todos quero agradecer, pela colaboração que deram, pela sua
disponiblidade e espírito de sacrificio e fazer um pedido. Que tal como me
apoiaram, continuem a fazê-lo com o novo Presidente.
Como Combatente, que teve o privilégio de cumprir a sua Comissão de
Serviço no Aeroporto da então cidade de Lourenço Marques, nunca esquecerei
aquilo que outros sofreram no cumprimento das suas comissões. Portanto, os Combatentes
contarão sempre com o meu apoio.
José João da Costa Pereira
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