Por, idelberto Eleutério, sócio da Liga dos Combatentes, nº 151501
O Núcleo de Torres Vedras da Liga dos
Combatentes organizou uma viagem cultural a Tomar, cidade Templário.
Saída às 06:00 Horas junto ao Monumento
aos Combatentes de Torres Vedras, em autocarro gentilmente cedido pela Câmara
Municipal de Torres Vedras. Com passagem pela Lourinhã para recolher alguns
associados. Tal como planeado, às 20:30 estávamos de volta a Torres Vedras. As
pessoas ficaram agradavelmente surpreendidas, por se ter conseguido cumprir ao
minuto todas as atividades planeadas.
Alguém referiu de imediato, ser a
pontualidade, uma das qualidades militares.
Às 09.30
estávamos junto ao Monumento em Tomar, para prestar a Homenagem aos combatentes.
O Núcleo de Tomar, da Liga dos Combatentes, recebeu-nos com simpatia,
participando numa cerimónia conjunta. Seguidamente iniciou-
Homenagem aos combatentes por Portugal
se a visita à
cidade.
Tomar estava à nossa espera. Tomar a
cidade Templária. Depois da conquista da região aos mouros, o rei Dom Afonso Henriques doou
Tomar à Ordem dos Templários. Em 1160 o Grão-Mestre da Ordem, Dom Gualdim Pais,
iniciou a construção do Castelo
e do Convento de
Cristo que passaram a ser sede dos Templários em Portugal.
O Convento de Cristo é classificado pela UNESCO como Património Mundial. Ainda conserva memórias dos monges cavaleiros e dos seus herdeiros, a Ordem de Cristo. O Infante D. Henrique - o Navegador -, Mestre da ordem desde 1418, fez construir os claustros entre a “Charola” e a fortaleza. As maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III, 1521-1557, os arquitetos João de Castilho e Diogo de Arruda, procuraram exprimir o poder da Ordem, dotando a igreja e os claustros com ricos floreados manuelinos, atingindo o máximo esplendor na janela da fachada ocidental. A construção realizou-se ao longo de séculos, originando uma miscelânea de traços, góticos, românicos, manuelinos, renascentistas, maneiristas e barrocos.
Convento de Cristo
O Convento de Cristo é classificado pela UNESCO como Património Mundial. Ainda conserva memórias dos monges cavaleiros e dos seus herdeiros, a Ordem de Cristo. O Infante D. Henrique - o Navegador -, Mestre da ordem desde 1418, fez construir os claustros entre a “Charola” e a fortaleza. As maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III, 1521-1557, os arquitetos João de Castilho e Diogo de Arruda, procuraram exprimir o poder da Ordem, dotando a igreja e os claustros com ricos floreados manuelinos, atingindo o máximo esplendor na janela da fachada ocidental. A construção realizou-se ao longo de séculos, originando uma miscelânea de traços, góticos, românicos, manuelinos, renascentistas, maneiristas e barrocos.
Janela do Capítulo
Em Tomar estava a decorrer a Festa dos Tabuleiros ou
Festa do Divino Espírito Santo. É uma das manifestações culturais e religiosas
mais antigas de Portugal. Teria origem nas festas das colheitas à deusa Ceres.
A Rainha Santa Isabel lançou as bases do que seria a Congregação do Espírito
Santo, movimento de solidariedade cristã que em muitos lugares do reino
absorveu as primitivas festas pagãs. O ponto alto das festividades juntava
ricos e pobres, sem qualquer distinção e ocorria no Domingo de Pentecostes, o
dia em que as línguas de fogo desceram sobre os Apóstolos simbolizando a
igualdade de todos perante Deus.
Assistimos ao cortejo dos rapazes, onde tudo é feito
como se se tratasse do Cortejo dos Tabuleiros dos “adultos”. As crianças levam
os trajes tradicionais, as meninas vestidas de branco com uma fita de cor à
cintura e a tiracolo, sogra ou rodilha e transportam o tabuleiro que terá a sua
altura, os rapazes trajam calça preta, cinta preta, barrete preto no ombro,
camisa branca e gravata habitualmente da cor da fita da menina. Este cortejo
envolve crianças dos Jardins-de-Infância e Escolas do concelho de Tomar. As
ruas estão decoradas com colchas coloridas nas janelas e o chão com verdura. À
passagem do Cortejo o povo vai lançando flores, criando um efeito de cores e
aromas num ambiente festivo e de alegria.
Visitámos, também, a Igreja de Santa Maria do Olival, é uma Igreja bailia, dedicada a Santa Maria. Foi panteão da Ordem do Templo desde o século XIII. Ali se encontram sepultados alguns Mestres Templários, entre os quais D. Gualdim Pais. O edifício tem planta longitudinal, composto por três naves, com cabeceira tripartida de absidíolos quadrangulares e abside de 5 faces. As naves são definidas por arcos em ogiva e grande rosácea que encima o pórtico que domina a nave central. Provavelmente foi edificada sobre as ruínas de um antigo mosteiro beneditino. No séc. XIII teve alterações que lhe conferiram o aspecto atual. Posteriormente, nos reinados de D. Manuel I e D. João III, a igreja teve mais reparações e alterações. Com a Ordem de Cristo, Santa Maria do Olival chegou a ser igreja matriz de todas as paróquias de além-mar. É considerada Monumento Nacional desde 1910. É um dos mais simbólicos edifícios da arte gótica em Portugal.
Imagens do desfile dos "rapazes"
Visitámos, também, a Igreja de Santa Maria do Olival, é uma Igreja bailia, dedicada a Santa Maria. Foi panteão da Ordem do Templo desde o século XIII. Ali se encontram sepultados alguns Mestres Templários, entre os quais D. Gualdim Pais. O edifício tem planta longitudinal, composto por três naves, com cabeceira tripartida de absidíolos quadrangulares e abside de 5 faces. As naves são definidas por arcos em ogiva e grande rosácea que encima o pórtico que domina a nave central. Provavelmente foi edificada sobre as ruínas de um antigo mosteiro beneditino. No séc. XIII teve alterações que lhe conferiram o aspecto atual. Posteriormente, nos reinados de D. Manuel I e D. João III, a igreja teve mais reparações e alterações. Com a Ordem de Cristo, Santa Maria do Olival chegou a ser igreja matriz de todas as paróquias de além-mar. É considerada Monumento Nacional desde 1910. É um dos mais simbólicos edifícios da arte gótica em Portugal.
Tomar teve uma comunidade judaica
significativa, a sua origem remonta provavelmente, ao início do século XIV. A localização
da Judiaria,
próxima do centro económico e social da então vila, demonstra a importância que
a comunidade assumiu na sociedade nabantina. A sinagoga
foi fundada em meados do século XV, motivada pelo crescente número de fiéis. A
construção deu-se por ordem do Infante D. Henrique que ao que tudo indica
protegia a comunidade hebraica da vila. A vida deste templo foi efémera, em
1496, com a conversão forçada dos judeus ao cristianismo decretada por D. Manuel I,
a Judiaria da vila, à semelhança de todas as outras do
reino, é abolida, sendo também encerrada a sua sinagoga.
O nome da rua é então mudado para Rua Nova. O espaço da sinagoga passou então, a partir de 1516, a ser
utilizado como cadeia pública. Entre os finais do século XVI e os inícios do
século XVII, depois das necessárias obras, o edifício passou a local de culto cristão,
como Ermida de São Bartolomeu. Após a sua profanação, no século XIX, o antigo
templo foi utilizado como palheiro, servindo em 1920, aquando da visita de um
grupo de arqueólogos portugueses, de adega e de armazém de mercearia. No ano
seguinte, o edifício foi classificado como Monumento Nacional, tendo sido adquirido em
1923 pelo Dr. Samuel Schwarz. Este judeu polaco, investigador da cultura hebraica, suportou obras de limpeza
e desaterro, doando o edifício ao Estado em 1939, sob a condição de aqui ser
instalado um museu luso-hebraico.
Passeámos pelo centro
histórico e atravessámos o parque do Mouchão, onde o rio Nabão contorna uma
pequena ilha, arborizada e ajardinada, dividindo o seu curso entre o leito
principal e uma levada que o desvia para os antigos Moinhos do Rei. É nessa
pequena ilha ajardinada ligada à cidade pelo açude e por pontes pedonais que se
encontra uma grande nora de madeira, um dos ex-libris da cidade, evocativa das
tradições de rega das margens do rio.
Às 13:00 iniciou-se o
almoço num restaurante local. Se fosse esse o caso, teria dado origem a um
relatório de serviço do Oficial de Dia, referindo que o almoço “foi do agrado
de todos, servido em quantidade e com elevada qualidade”.
O grupo de ex-combatentes e alguns
familiares que fizeram a visita cultural a Tomar, são aqueles que durante a
guerra, foram privados dum percurso de vida normal em sociedade. Uma geração
que adiou a vida. O casamento, o trabalho. Pagaram com o corpo e a mente, a
incapacidade costumeira, duma classe política que tentou resolver pela via
militar, uma questão essencialmente política. Deveriam ser alvo de maior
atenção e de apoio, por parte das instituições e dos órgãos de soberania
nacionais, porque foi no cumprimento do seu dever militar que morreram, ou
regressaram com mazelas físicas e psicológicas. A política é um assunto
demasiado importante na vida dos cidadãos, para ficar a cargo exclusivo dos
políticos.
Uma parte do grupo de combatentes de Torres e dos seus familiares
Estas atividades e outras que envolvam
ex-combatentes são de extrema importância. Os que participaram na guerra têm
necessidade de conviver com alguém que fale a mesma linguagem. Alguém que
perceba o risco e os sacrifícios exigidos em situações semelhantes àquelas por
que também passaram. Têm necessidade de falar das suas experiências, das suas
privações, das emoções, das preocupações e dos receios sentidos durante as suas
duras experiências. A necessidade de serem ouvidos. De partilhar com outros,
por vezes com percursos muito diferentes, mas com a guerra como denominador
comum. De sentir que não estão sós que pertencem a um grupo.
Relativamente à parte
histórico-cultural, consultei a Wikipédia e relembrei as bem fundamentadas,
claras e bem-humoradas explicações, proferidas ao longo da visita, pelo guia do
Núcleo da Liga dos Combatentes – Sargento-Mor Manuel Cristóvão.
Um bem-haja ao Núcleo da Liga dos
Combatentes de Torres Vedras pela excelente viagem cultural a Tomar. Continuem
assim, a trabalhar em prol daqueles que não podem esquecer nem ser esquecidos.
Até à próxima. Foi o que se ouviu em
cada uma das 3 paragens que se fizeram ao deixar pessoas nos locais de
residência, alguns logo acrescentaram, pode ser daqui a pouco tempo.
Até à próxima camaradas!
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